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7/13/2005

Livro - Cidade de Deus - Paulo Lins - Livraria Cultura - 120 x 300




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Outras informações:

Jornal Zero Hora, 9/11/2002
Vida na periferia ganha espaço na literatura

Patrícia Rocha
Ler o romance Cidade de Deus (Cia das Letras) é ser transportado para o meio da favela, sentir o gingado do malan­dro - dar uma idéia com a rapaziada do con­ceito, fumar baseado e vazar rapidinho se pintar um samango.

O mérito não é apenas da linguagem usa­da por Paulo Lins, mas efeito da narrativa que oferece um olhar de quem viveu e so­freu essa realidade por três décadas. Não há estudo antropológico que supere esse relato distante dos estereótipos e além dos fatos divulgados na crônica policial Tanto que na nova versão - lançada em agosto em forma­to reduzido, de 550 para 404 páginas - as descrições quase científicas foram resumi­das. Na capa agora figuram as estrelas do filme, embora os nomes dos personagens tenham sido tocados. Os traficantes Zé Pe­queno e Bené se transformaram em Zé Miúdo e Pardalzinho, embora Buscapé.(ícone dos que querem vencer pelo trabalho) mantenha o apelido.

- Literatura é literatura, filme é filme. Quis afastar o livro do filme para o pessoal procurar qual personagem está ou não - diz Paulo Lins.

O público que for guiado ao livro pelo filme terá outras surpresas. Os roteiristas pinçaram alguns das dezenas de personagens e aglutinaram histó­rias. Mas o universo que oprime é o mes­mo, embora na literatura seja ainda mais complexo - a criação dos mitos é detalhada assim como a multi­plicidade de papéis dos traficantes, ora assassinos cruéis, ora quem alimenta e pune os mesmos crimes que comete. Lins faz o leitor percorrer dife­rentes pontos de vista - do policial corrupto, do travesti, da prosti­tuta.